Geometria de Suspensão e Gasto de Pneu e Combustível

É comum depois de uma longa quilometragem rodada, que a suspensão e direção percam seu alinhamento original. Com isso, é preciso que a geometria de suspensão seja conferida regularmente.

A suspensão é um dos sistemas mais importantes do carro e tem grande influência na dinâmica do automóvel, bem como na segurança do condutor. Depois de um longo tempo sem o devido alinhamento e balanceamento, começamos a perceber sintomas como:

  • A direção tende a “puxar” o veículo para um dos lados, impedindo que o veículo se mantenha em linha reta caso o motorista não segure firmemente o volante.
  • Instabilidade em altas velocidades: a direção começa a tremer, causando desconforto para o motorista e possíveis danos para as peças da suspensão em geral.
  • Há um desgaste desigual de pneus: uma das bandas de rodagem do pneu fica mais gasta que a outra.
  • Aumento do consumo de combustível: se os ângulos da suspensão não estiverem tais quais os do projeto da montadora, o atrito dos pneus com o solo serão alterados e deixarão de estar com as otimizações de projeto dinâmico, logo, com um atrito maior o motor terá de trabalhar mais para compensar essa rodagem imperfeita.

A regulagem desses parâmetros de suspensão são feitas em oficinas mecânicas especializadas e, geralmente, em toda revisão marcada pela concessionária. Logo abaixo vemos alguns dos principais parâmetros passíveis de regulagem:

Caster

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É o ângulo formado entre os pontos de apoio da manga de eixo olhando o carro pela lateral. Se a parte superior da fixação da manga estiver a frente da inferior, o ângulo é positivo. Quanto mais positivo esse ângulo, maior é a estabilidade em linha reta, porém, aumentamos também a força necessária para esterçar o volante.

No nosso protótipo FR-2014, esse ângulo é de 2°, levando em conta que as regras não permitem o uso de direção hidráulica e, portanto, temos que considerar o esforço que o piloto fará nas curvas. Em carros de passeio, esse ângulo não costuma passar dos 5° em veículos de direção mecânica e 10° em veículos de direção hidráulica/elétrica, sendo que cada carro tem seu ângulo correto especificado nos manuais dos veículos.

Convergência/Divergência

 

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Quando falamos no carro andando em linha reta costumamos chamar essa divergência ou convergência de ângulo de Toe (Toe in+/Toe out-). Sua configuração depende da tração do veículo. Nos carros de tração traseira, estas rodas são divergentes e as dianteiras convergentes. Nos carros de tração dianteira o oposto acontece. Essa escolha se deve a tendência das rodas em marcha fecharem e as rodas não tracionadas abrirem. Os ângulos são projetados para compensar esse efeito e otimizar o atrito do pneu o mantendo paralelo ao eixo longitudinal do veículo.

Cambagem (Câmber)

cambagem
É o ângulo de inclinação da roda de um veículo em relação a um plano vertical. Em carros de alta velocidade esse ângulo costuma ser negativo pois otimiza a área de contato do pneu com o solo em curvas. Em veículos Off-Road, esse ângulo geralmente é levemente negativo, pois permite um menor esforço de esterçamento, levando em conta que esses carros geralmente são mais pesados e exigem mais força para virar a roda.


Todos os parâmetros e ângulos citados aqui são cuidadosamente projetados para que seu carro obtenha o melhor desempenho possível. Trocar ou alterar a suspensão de fábrica de um carro por outras (rosca, fixa, ar) ou mesmo “cortar” as molas para parecer uma suspensão esportiva altera completamente os parâmetros dinâmicos do seu veículo. Quaisquer alterações na suspensão do veículo devem receber aval de uma empresa de vistoria credenciada ao Detran.

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